ARCO - A configuração montanhosa em semicírculo ou em arco define este topónimo. Poderemos assim afirmar que, o relevo que envolve as freguesias do Arco da Calheta e do Arco de São Jorge, tem a forma de arco, o que aclara como património o nome que lhe foi dado pelos primitivos povoadores da Madeira.
Arco da Calheta
(Visto de Este para Oeste - Foto do autor)
(Visto de Este para Oeste - Foto do autor)
Freguesia do Arco da Calheta
Arco da Calheta
(Visto de Oeste para Leste - Foto do autor)
Segundo o Dicionário Corográfico do Arquipélago da Madeira, a freguesia do Arco da Calheta, confina pelo Norte com o planalto do Paul da Serra e pelo Sul com o Oceano Atlântico, sendo limitada, a Leste, pelas freguesias dos Canhas e da Madalena, e a Oeste pela freguesia da Calheta. Pertence ao concelho desta última freguesia. Divide-se nos sítios povoados da Achada (de Santo Antão), Amoreiras, Bagaceira, Cales e Chada, Corujeira, Cova do Arco, Fajã (de Baixo), Fajã do Mar, Florenças, Fonte Bugia, Fonte do Til, Ladeira e Lamaceiros, Ledo, Lombada, Massapez, Palheiros, Paredes, Pinheiro, Pomar Velho, Pombal, Fazenda Grande. Tem esta freguesia como orago São Braz, ficando a respectiva Igreja Paroquial no sítio das Amoreiras. Além deste, templo, tem as capelas de Nossa Senhora do Loreto, no sítio da Lombada, a de Nossa Senhora, da Nazaré, no sítio das Paredes, a do Sagrado Coração de Jesus, no sítio da Fonte do Til, a de Nossa Senhora da Conceição, no sítio das Amoreiras, e a de Nossa Senhora da Vida, no sítio da Fajã do Mar. Esta freguesia é irrigada pela Levada Nova, com origem na Central Hidroeléctrica da Calheta, para além de outros pequenos aquedutos alimentados por mananciais de menor importância. A Ribeira chamada das Meninas, que é o seu principal curso de água, vai lançar-se na Ribeira da (do) Atouguia ou da Serra de Água. Tem os pequenos portos da Fajã do Mar e da Fajã da Areia com exíguas praias de calhau pedregoso. São lugares pitorescos e pontos de largas vistas o Rochão, o Pico da Bandeira e o Pico do Arco, este último com 846 metros de altitude (Carta Militar).
Pico do Arco da Calheta
(Foto do autor)
Os terrenos, que anteriormente formavam esta freguesia, pertenciam à paróquia da Calheta, antes da sua criação. A denominação de Arco da Calheta, que lhe foi dada em virtude da configuração semicircular do seu relevo montanhoso, é anterior a 1572, em que foi criada a paróquia, por alvará régio de 18 de Julho desse ano. Estabeleceu-se a sua sede na capela de São Braz, instituída no último quartel do século XV e que foi notavelmente acrescentada por meados do século XVII. O templo actual foi edificado, aproximadamente um século mais tarde, tendo sido solenemente benzido a 1 de Janeiro de 1755. Ali foi criado um curato no ano de 1676.
Um dos mais antigos povoadores desta freguesia foi João Fernandes de Andrade, conhecido pelo nome de João Fernandes do Arco, fidalgo galego, que aqui possuía vastos terrenos, fundando a Capela de Nossa Senhora da Consolação, de que fez sede de uma instituição vincular e onde teve sepultura, havendo falecido no ano de 1527. Descendente de João Fernandes do Arco, e talvez nascido nesta freguesia, foi António de Abreu, que se notabilizou no Oriente como guerreiro e navegador, afirmando alguns autores que descobriu as Molucas e que porventura teria chegado às costas da Austrália, segundo o Elucidário Madeirense.
Um dos mais antigos povoadores desta freguesia foi João Fernandes de Andrade, conhecido pelo nome de João Fernandes do Arco, fidalgo galego, que aqui possuía vastos terrenos, fundando a Capela de Nossa Senhora da Consolação, de que fez sede de uma instituição vincular e onde teve sepultura, havendo falecido no ano de 1527. Descendente de João Fernandes do Arco, e talvez nascido nesta freguesia, foi António de Abreu, que se notabilizou no Oriente como guerreiro e navegador, afirmando alguns autores que descobriu as Molucas e que porventura teria chegado às costas da Austrália, segundo o Elucidário Madeirense.
Arco da Calheta
(Foto do autor)
(Foto do autor)
No início do mês de Março de 2006, vinte e quatro habitantes da Fajã (de Baixo), foram obrigados a abandonar as suas casas, devido à iminência de um desmoronamento de uma escarpa sobranceira ao local. O alerta tinha sido lançado quando foi detectada uma fenda nos terrenos do sítio do Massapez, no final do mês de Fevereiro do mesmo ano. Esta fenda geológica, com alguns metros de comprimento, evidenciava tendência para aumentar a cada dia e ameaçava fazer ruir uma escarpa com dezenas de metros de altura, onde existem terrenos com plantação de bananeiras e moradias. Ficou este fenómeno geológico conhecido como a “Fenda do Masssapez”. O talude foi estabilizado por empresas especializadas, através de um revestimento de betão projectado nas formações brechóides, após a execução de uma escavação de um volume de 30 000 metros cúbicos de material rochoso, com altura máxima de 50 metros e uma extensão de 150 metros, (dados da Grupo CENOR).
O Arco da Calheta é muito procurado para a prática de Parapente, onde a partir de uma “rampa natural”, num poio ou socalco, junto ao Pico da Bandeira, na Achada de Santo Antão (por cima do miradouro dos Moledos), lançam-se os parapentistas nas correntes ascendentes, vindas do Mar.
Freguesia do Arco de São Jorge
Encaixada entre as freguesias de São Jorge e Boaventura, que a limitam pelos lados de Leste e Oeste, tem como pontos confinantes ao Norte, o Oceano Atlântico, e ao Sul, as serras das mesmas, já mencionadas freguesias. Pertence ao Concelho de Santana. Abrange na sua limitada área, os sítios povoados da Igreja, Casais, Lagoa, Poços, Quebrada e Arco Pequeno. Incorporados nestes, encontram-se outros pequenos lugares chamados Emoitadinhas, Cascalho, Hortas, Sumagre, Enseada, Lombo das Casas etc. São tidos como sítios aprazíveis e de onde se deslumbram largas vistas, o miradouro da Beira da Quinta ou das Cabanas, o Pico do Arco, a Assomada, a Roda da Quebrada, a Fonte do Bispo, o Pico etc. Possui uma praia de pedregosos seixos, que lhe serve de porto e que é geralmente de acesso bastante difícil. Próximo da costa marítima existem uns pequenos e insignificantes ilhéus, que alguns denominam Ilhéus da Pontinha. Tem como orago esta freguesia e paróquia, o patriarca São José, ficando no sítio da Igreja a respectiva Igreja Paroquial.
(À esquerda - Foto do autor)
Esta freguesia é a mais fértil de toda a costa setentrional da Madeira, e goza de um clima muito suave e temperado, devido especialmente aos altos montes que a circundam e a abrigam dos ventos que sopram do interior da ilha. Todo o território que actualmente constitui esta freguesia pertenceu á paróquia de São Jorge, até o ano de 1676, em que então dela se desmembrou. Formava uma pequena povoação, que as montanhas elevadas e o Oceano que a limita pelo Norte, inteiramente a isolavam das freguesias confinantes de São Jorge e da Boaventura. No sítio, que hoje se chama dos Casais, existiu uma pequena capela da invocação de Nossa Senhora da Piedade, que teve seus capelães privativos e que ministravam serviços religiosos aos habitantes deste lugar. Por alvará régio de 28 de Dezembro de 1676, foi ali criada uma freguesia autónoma, ficando com sede a referida capela. Sessenta e tantos anos mais tarde procedeu-se à edificação duma nova igreja, tendo sido solenemente benzida no dia 19 de Março de 1744.
O sítio da Quebrada desta freguesia, formou-se em virtude de um movimento de vertente de grande extensão (derrocada ou quebrada), de terrenos dos sítios adjacentes, ocorrido em 1689, dando-se a circunstância de várias casas de habitação serem arrastadas a distâncias relativamente grandes sem ficarem arruinadas, segundo o Elucidário Madeirense.
O sítio da Quebrada desta freguesia, formou-se em virtude de um movimento de vertente de grande extensão (derrocada ou quebrada), de terrenos dos sítios adjacentes, ocorrido em 1689, dando-se a circunstância de várias casas de habitação serem arrastadas a distâncias relativamente grandes sem ficarem arruinadas, segundo o Elucidário Madeirense.
(À direita - Foto do autor)
O Arco de São Jorge, segundo alguns especialistas, é o que resta de «uma antiga caldeira vulcânica parcialmente destruída pela erosão marinha». Porém, na opinião de outros, tal não se afigura, classificando estes a forma morfológica de «arco» como consequência da actividade vulcânica e da erosão natural, onde se constitui algumas formações sedimentares em depósitos de vertente. A elevação mais alta desta freguesia é o Pico do Arco de São Jorge, com cerca de 825 metros de altitude (Carta Militar).
Nasceu nesta freguesia, o celebre trovador popular Manuel Gonçalves, o “Feiticeiro do Norte”, que percorria toda a ilha a cantar as suas ingénuas composições poéticas, tanto do agrado das multidões, que enlevadas o escutavam avidamente e lhe compravam as dezenas de folhetos, em que reuniu e fez imprimir as suas inúmeras.
Ainda nesta freguesia, encontra-se uma das maiores colecções de roseiras em Portugal e talvez na Europa, o Roseiral da Quinta do Arco, na Quinta do mesmo nome.
Nasceu nesta freguesia, o celebre trovador popular Manuel Gonçalves, o “Feiticeiro do Norte”, que percorria toda a ilha a cantar as suas ingénuas composições poéticas, tanto do agrado das multidões, que enlevadas o escutavam avidamente e lhe compravam as dezenas de folhetos, em que reuniu e fez imprimir as suas inúmeras.
Ainda nesta freguesia, encontra-se uma das maiores colecções de roseiras em Portugal e talvez na Europa, o Roseiral da Quinta do Arco, na Quinta do mesmo nome.
(No centro - Foto do autor)
Arco Pequeno - Sítio povoado da freguesia anterior referida, (Arco de São Jorge).
Arco de São Jorge - Ponta Delgada - Porto do Moniz
(Um olhar sobre o litoral Norte da Ilha da Madeira - Foto do autor)
(Um olhar sobre o litoral Norte da Ilha da Madeira - Foto do autor)
Bibliografia:
PIO, Manuel Ferreira (1974). O Concelho de Santana: Esboço Histórico. Editorial Eco do Funchal. Funchal.
SERVIÇO Cartográfico do Exército (1974). Carta Militar. Serie P 821. Edição 1 - S. C. E. P. (Trabalhos de Campo de 1965). Lisboa.
SILVA, Padre Fernando Augusto da e MENESES, Carlos Azevedo de, (1984). Elucidário Madeirense. Fac-símile da edição de 1946. Secretaria Regional de Turismo e Cultura - Direcção Regional dos Assuntos Culturais. Funchal.
SILVA, Padre Fernando Augusto da (1934). Dicionário Corográfico do Arquipélago da Madeira. Edição do Autor. Funchal.
QUINTAL, Raimundo (2003). Madeira, a Descoberta da Ilha de Carro e a Pé. 1.ª Edição. Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal. Funchal.
QUINTAL, Raimundo (2004). Levadas e Veredas da Madeira. 4ª Edição. Francisco Ribeiro e Filhos Lda. Funchal.
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SERVIÇO Cartográfico do Exército (1974). Carta Militar. Serie P 821. Edição 1 - S. C. E. P. (Trabalhos de Campo de 1965). Lisboa.
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QUINTAL, Raimundo (2004). Levadas e Veredas da Madeira. 4ª Edição. Francisco Ribeiro e Filhos Lda. Funchal.